Codename Anastasia - Novel - Capítulo 55: Esconde-Esconde - Parte 2

No escritório do promotor Seok Jae Hee, na Procuradoria do Distrito Central de Seul, os preparativos para o julgamento estavam em pleno andamento. Isso acontecia antes da quinta audiência do caso contra Kim Young Hee, que havia passado mais de dez anos nos Estados Unidos e alterado sua cidadania para retornar ao trabalho na Coreia, e Lee Cheol Jin, seu contato.

 

O julgamento estava prestes a terminar, já que Kim Young Hee, a figura-chave do caso, faleceu durante o processo de prisão.

 

Como era necessário definir gradativamente a sentença de Lee Cheol Jin, o promotor Seok analisava atentamente a pilha de documentos sobre sua mesa. A decisão do promotor teria grande influência na pena. O princípio básico era determinar claramente o crime e punir o criminoso conforme sua gravidade. No entanto, seguir esse princípio nunca era fácil.

 

Enquanto verificava casos anteriores, uma batida soou na porta e o chefe Kim entrou.

 

“Aqui estão os documentos que você pediu.”

 

O chefe Kim entregou os arquivos dos casos internacionais que o promotor Seok havia solicitado e perguntou se ele tinha ouvido falar sobre um assunto recente. Só então Seok ergueu os olhos para olhar para Kim, que se aproximou um pouco e sussurrou:

 

“No caminho para cá, encontrei Park Gye Jang, do departamento de segurança pública. Você se lembra do agente do NIS que investigou nosso caso da última vez? Parece que ele está sendo procurado.”

 

“Qual é a acusação?”

 

“Parece que ele teve um caso com um agente de inteligência russo. Provavelmente está sendo investigado pelo crime de vazamento de segredos de Estado.”

 

O promotor Seok conhecia Kwon Taek Joo. Eles haviam cooperado alguns meses atrás na investigação do grupo de Kim Young Hee. No entanto, como os dois se encontraram poucas vezes, não havia uma base sólida para avaliar sua personalidade, patriotismo, integridade ou relações pessoais.

 

Mesmo assim, Seok não conseguia entender por que, após prender pessoalmente Kim Young Hee e seus cúmplices, Kwon Taek Joo agora estava sendo caçado sob a acusação de vazamento de segredos nacionais.

 

“Me conte mais.”

 

“Não ouvi muitos detalhes. Kim Young Hee foi presa em Busan e, logo depois, Kwon Taek Joo partiu para a Rússia. Ele solicitou uma licença ao NIS alegando que era pelo aniversário de sua mãe e, depois, até disfarçou sua identidade. Mas o fato de existir um mandado de prisão significa que há provas concretas de espionagem na Rússia, certo?”

 

Pensando bem, o promotor Seok nunca mais viu Kwon Taek Joo depois que o caso foi encerrado. Todos os documentos necessários foram enviados diretamente pelo NIS.

 

Por natureza, os envolvidos em casos de segurança costumavam ser figuras inesperadas. Kwon Taek Joo não era uma exceção.

 

No entanto, Seok estava cada vez mais curioso e desconfiado sobre qual segredo nacional ele supostamente teria revelado tão precipitadamente.

 

Uma nova batida na porta ecoou.

 

Como não tinha nenhum compromisso marcado, o promotor Seok olhou para o chefe Kim com desconfiança. Kim apenas deu de ombros, indicando que também não sabia quem era.

 

“Entre.”

 

A porta se abriu após sua aprovação.

 

“Olá.”

 

O rosto da pessoa do lado de fora lhe pareceu familiar. Talvez por estar falando sobre Kwon Taek Joo, Seok se lembrou claramente de que era Yoon Jong Woo, um júnior que costumava se encontrar com ele.

 

“Ah, certo. Olá. Mas por que veio até aqui?”

 

“Imagino que esteja ocupado com os preparativos para o julgamento, mas resolvi vir porque preciso lhe perguntar algo.”

 

“É mesmo? Entre.”

 

Apesar de ter sido convidado a entrar, Yoon Jong Woo continuou hesitante à porta.

 

Seok lançou um olhar confuso para o chefe Kim, como se estivesse tentando decifrar se Yoon Jong Woo queria falar em particular.

 

Rapidamente, o promotor Seok se levantou e vestiu o casaco. Ainda tinha uma pilha de trabalho à sua espera, mas não podia simplesmente mandar embora alguém que viera até ali.

 

“Volto em 30 minutos.”

 

Após avisar o chefe Kim, ele saiu do escritório com Yoon Jong Woo.

 

—

 

Os dois entraram em uma cafeteria próxima à procuradoria. Já passava da metade da manhã, então havia poucas pessoas no local.

 

Ainda assim, Yoon Jong Woo escolheu um lugar mais reservado.

 

Sua postura alerta e cuidadosa em relação aos arredores despertou ainda mais a curiosidade do promotor Seok sobre o motivo de sua visita.

 

Ele tomou um gole de água antes de perguntar:

 

“Agora me diga. O que houve?”

 

“Ouvi dizer que Kim Young Hee cometeu suicídio.”

 

O promotor Seok inclinou a cabeça diante das primeiras palavras de Yoon Jong Woo.

 

Kim Young Hee faleceu há menos de três meses.

 

Alguém responsável pela investigação, como Yoon Jong Woo, certamente sabia disso. No entanto, ele apenas acenou calmamente e se perguntou por que o jovem estava mencionando esse caso antigo.

 

“Sim. Você também sabe que ela morreu durante a captura. Quando a Guarda Costeira chegou ao ferry, ela já estava morta.”

 

“Com base em quê você conclui que a morte de Kim Young Hee foi suicídio?”

 

“Os resultados da autópsia indicaram que Kim Young Hee usou força para pressionar seu molar esquerdo pouco antes de morrer. Havia cianeto nesse dente. Talvez tenham colocado o veneno ali para que ela pudesse cometer suicídio caso houvesse outro incidente.”

 

“E o lenço?”

 

“Lenço?”

 

“Kwon Taek Joo disse que colocou um lenço na boca de Kim Young Hee para evitar que ela se machucasse. Ela tinha um ferimento de bala no braço direito, então seria quase impossível usá-lo. Além disso, sua mão esquerda estava dobrada para trás e presa ao corrimão, o que tornaria difícil remover o lenço por conta própria. Sua boca também estava fechada com força, então provavelmente ela não conseguiria morder seu molar.”

 

“Não recebemos nenhum relatório indicando que um lenço foi encontrado na cena.”

 

O rosto de Yoon Jong Woo endureceu.

 

A expressão do promotor Seok também ficou mais séria.

 

Se Kim Young Hee não conseguia se mover voluntariamente e estava amordaçada, e se ela ainda estava viva enquanto Kwon Taek Joo permanecia no ferry, então quando e como ela tentou cometer suicídio?

 

Essas informações não apareciam nas filmagens das câmeras de segurança obtidas no local.

 

Havia apenas uma possibilidade lógica: a existência de um terceiro envolvido.

 

Entre o momento em que Kwon Taek Joo perseguiu Lee Cheol Jin e a chegada da Guarda Costeira, houve um pequeno intervalo de tempo.

 

Foram apenas alguns minutos—tempo suficiente para alguém tirar a vida de Kim Young Hee.

 

Claro, isso ainda era apenas uma hipótese e exigia provas para ser confirmado antes que qualquer conclusão fosse feita.

 

Além disso, era necessário estabelecer que Kim Young Hee não tinha capacidade de cometer suicídio devido às medidas tomadas por Kwon Taek Joo.

 

“Então agora você está dizendo que há a possibilidade de que Kim Young Hee foi assassinada?”

 

“Acho que precisamos revisar tudo novamente. O lenço desapareceu repentinamente, Kim Young Hee morreu pouco antes de ser presa e o fato de que os documentos que ela roubou eram segredos militares inacessíveis a menos que fossem entregues por um oficial de alto escalão… tudo isso me deixa confuso.”

 

“Você quer dizer que esses documentos foram passados para Kim Young Hee por um oficial militar que tinha ligações com ela? Ele também recebeu uma intimação e acabou se suicidando, então não pode mais ser investigado. Levando em conta que ambos eram espiões, o ato de cometer suicídio após falhar em combate não é tão incompreensível assim.”

 

“Hã. Então você viu aquele anel?”

 

“Que anel você está falando?”

 

“Kim Young Hee não estava usando um anel?”

 

“Não. Também não há nenhum relato sobre isso.”

 

Seja o lenço ou o anel, era algo sobre o qual o promotor Seok não tinha qualquer conhecimento. O julgamento havia transcorrido sem considerar esses elementos desde o início.

 

Se as palavras de Yoon Jong Woo fossem verdadeiras, todos os julgamentos até aquele momento teriam sido em vão.

 

“Então, o que você quer dizer com isso?”

 

“E se alguém estiver manipulando esse caso?”

 

“Manipulando? Você quer dizer que o réu foi falsamente acusado?”

 

“Não. Não é isso, mas pode haver outras pessoas envolvidas na investigação. A declaração do oficial militar falecido, alegando não ter conexão com a operação, pode ser verdadeira. Existe alguém mais envolvido?”

 

Yoon Jong Woo sugeria novas possibilidades o tempo todo—algo que se aproximava de uma teoria conspiratória.

 

O promotor Seok também considerava que o timing desse caso era extremamente delicado.

 

Kim Young Hee, que manteve sua identidade oculta por anos, de repente tentou agir rápido demais. Apenas dois meses depois do início da investigação oficial, um oficial militar suspeito de ser informante cometeu suicídio, e Kim Young Hee tomou uma decisão extrema.

 

Exceto por Lee Cheol Jin, todas as figuras-chave do caso desapareceram.

 

Por mais complexa que a situação fosse, naquele momento, tudo não passava de especulação sem evidências concretas—como se algo estivesse acontecendo sem provas físicas.

 

“Sim, embora a verdade seja única, cada pessoa tem sua própria perspectiva e ligação com os fatos, o que pode gerar dezenas ou centenas de teorias diferentes. A história do lenço ou do anel desaparecido na cena é incerta. Afinal, isso é apenas uma alegação unilateral de alguém. Se precisar da minha ajuda, traga provas mais claras. Farei o possível para ajudar dentro das minhas capacidades.”

 

O promotor Seok traçou um limite claro.

 

No julgamento de Lee Cheol Jin, que aconteceria nos próximos dias, caso Yoon Jong Woo apresentasse provas convincentes, todo o esforço até aquele momento seria desperdiçado—mas Seok ainda esclareceria a verdade.

 

Do contrário, ele jamais poderia concordar.

 

Yoon Jong Woo assentiu, como se compreendesse, embora seu rosto estivesse cansado e abatido.

 

“Se não houver mais nada a dizer, eu vou indo.”

 

O promotor Seok se levantou de imediato. Yoon Jong Woo também se ergueu e acenou.

 

Por algum motivo, Seok inclinou levemente a cabeça para Yoon Jong Woo antes de caminhar—mas, em vez de ir em direção à porta, avançou em outra direção.

 

Passou por Yoon Jong Woo, que observava, intrigado, e se dirigiu à cadeira atrás dele.

 

Um homem de capuz estava sentado ali.

 

Com a cabeça baixa, seu rosto permanecia quase invisível. Ainda assim, Seok começou a falar sem hesitação.

 

“Ouvi dizer que um mandado de prisão foi emitido recentemente. Ainda não recebi um pedido oficial de cooperação, então deixarei passar desta vez. Mas da próxima vez que nos encontrarmos, não terei escolha a não ser prendê-lo. Pessoalmente, espero que isso nunca aconteça.”

 

Seok alertou em um tom baixo e grave.

 

O homem permaneceu em silêncio.

 

O promotor o encarou por alguns instantes antes de se virar e sair da cafeteria.

 

Yoon Jong Woo sentou-se na cadeira.

 

“Sênior, parece que você foi descoberto.”

 

Ele comentou enquanto virava a cabeça para trás.

 

O homem sentado de costas para ele era ninguém menos que Kwon Taek Joo.

 

Embora o promotor Seok tenha logo reconhecido sua identidade, ele se recusou a prendê-lo.

 

Era como se Seok concordasse com as suspeitas de Yoon Jong Woo—ou, melhor dizendo, com as suspeitas de Kwon Taek Joo.

 

Enquanto existissem evidências concretas, o promotor sempre agiria de acordo com os padrões.

 

Por mais que tentassem, Kwon Taek Joo ainda precisava de provas para confirmar sua inocência.

 

“Primeiro, volte para a sede. Nada de bom vai sair de você ficar por aí ao lado de um procurado como eu.”

 

“E você, sênior? Se for descoberto de repente?”

 

Kwon Taek Joo deu um leve tapa no rosto pálido de Yoon Jong Woo.

 

O sangue circulou rapidamente, deixando seu rosto quente.

 

Yoon Jong Woo cerrou os dentes e exclamou:

 

“Ahh!”

 

Sentiu a mão firme de Kwon Taek Joo sobre seu rosto.

 

“Apenas se preocupe consigo mesmo. Eu encontrarei meu próprio caminho.”

 

Kwon Taek Joo segurou a nuca do júnior esforçado e tentou confortá-lo.

 

Mesmo assim, Yoon Jong Woo permaneceu sombrio.

 

—

 

A mãe de Kwon Taek Joo estava diante da pia, o olhar perdido. O arroz na panela estava empapado. Por horas, ficou absorta, cozinhando com a única intenção de alimentar seu filho. De repente, recobrou a consciência e voltou a mexer as mãos mecanicamente, mas logo correu para a sala de estar, tomada por uma enxurrada de pensamentos.

 

O telefone estava carregando quando uma mensagem chegou. Seus dedos trêmulos deslizaram pela tela, checando a notificação. Mas era apenas spam—não o contato pelo qual esperava há tanto tempo.

 

Por mais de três meses, ela não sabia se seu único filho estava vivo ou morto.

 

A frustração tomou conta dela por um instante, mas logo se desvencilhou e se levantou. Pegou um casaco qualquer e saiu apressada de casa. Nos pés, dois sapatos de pares diferentes. Passou por vizinhos sem perceber seus cumprimentos. Nem notou que alguém a observava.

 

Depois de algum tempo, seu destino foi uma delegacia próxima. Os policiais se mostraram confusos assim que ela apareceu. Um patrulheiro que monitorava a área se aproximou.

 

“Vocês encontraram meu filho?”

 

A mãe de Kwon Taek Joo agarrou desesperadamente o braço do policial. Ele apenas sorriu de maneira tênue, já familiarizado com aquela cena repetitiva.

 

“Vamos nos sentar um instante,” disse, conduzindo-a até uma mesa próxima. Outro policial, que acompanhava a situação, trouxe um copo de água morna.

 

Mas os olhos da mãe de Kwon Taek Joo ainda transbordavam desespero. Ela os encarava, confusa, murmurando sem parar:

 

“Encontraram meu filho?”

 

“Ah, sobre isso… Ainda estamos investigando. Mas, como mencionei antes, quando adultos desaparecem sem deixar vestígios, costumamos considerar que saíram por vontade própria, em vez de assumirmos que se perderam. Especialmente no caso do seu filho…”

 

“Isso não é verdade!” Ela interrompeu, exaltada. “Ele me ligava todos os dias. Não importava o que acontecesse, nem o quão tarde fosse, eu sempre atendia. Ele nunca sumiria sem dizer uma única palavra!”

 

“Sim, claro. Mas, senhora, seu filho não foi totalmente sincero com você. O centro comunitário onde supostamente trabalhava informou que não há nenhum funcionário com esse nome. Nós verificamos a lista de agentes locais e não encontramos ninguém correspondente. Você também viu isso, não?”

 

O policial manteve o tom calmo, tentando convencê-la. Mas a mãe de Kwon Taek Joo recusava-se a acreditar que aquilo pudesse ser verdade.

 

“Há algo errado. Algo terrível deve ter acontecido. Podemos rastrear a localização do celular dele. Não sei se o aparelho ainda pode ser ligado, mas tentem! Rápido, façam isso agora!”

 

“Senhora, por favor, se acalme. Primeiro, tome um pouco de água.”

 

“Vocês disseram que encontrariam meu filho! Rápido! Encontrem meu filho!”

 

A água no copo tremulou e espirrou com a agitação. O policial segurou seus braços, tentando evitar qualquer acidente, mas ela continuou a se debater freneticamente.

 

Os policiais, que tentavam contê-la, foram empurrados para longe, sofrendo arranhões e pequenos ferimentos. Um oficial sênior observou a cena com desagrado antes de se aproximar. Com confiança, ele apresentou um papel impresso à mãe de Kwon Taek Joo, que ainda estava tomada pelo pânico.

 

“Senhora, olhe para isso. Este é seu filho?”

 

Ela olhou acidentalmente para a foto e arregalou os olhos. Num instante, sacudiu a mão do policial que a segurava e agarrou a impressão com força. A qualidade da impressão não era boa, mas a imagem era, sem dúvida, de Kwon Taek Joo. Ela assentiu várias vezes.

 

“Sim, é meu filho. Vocês o encontraram?”

 

“É por isso que ele perdeu contato. Seu filho… ele é um criminoso procurado.”

 

“…O quê?”

 

“Não entendeu? O que quero dizer é que Kwon Taek Joo não foi capturado por pessoas ruins—ele foi quem cometeu atos ilícitos e depois fugiu. Como podemos encontrar quem fez isso?”

 

As últimas palavras foram ditas quase para si mesmo. A mãe de Kwon Taek Joo ficou imóvel, piscando sem foco.

 

“Isso não pode ser verdade.”

 

“Sim, todo mundo diz isso sobre ele. Mas, de qualquer forma, seu filho está sendo perseguido por cometer um crime grave. Você não precisa nos pedir para encontrá-lo—essa é nossa obrigação. Continuaremos procurando e o traremos para cá. Se ele entrar em contato com você, diga para se entregar e confessar.”

 

O policial continuou falando sem dar chance para interrupções. A mãe de Kwon Taek Joo perdeu completamente os sentidos, como se tivesse acabado de ser atingida por uma explosão. Ela apenas murmurava de tempos em tempos:

 

“Isso não pode ser verdade.”

 

Após alguns momentos, conseguiu se virar e começou a sair. Olhares preocupados a acompanharam. Pouco depois, antes que pudesse atravessar a porta, seu corpo cedeu e ela desabou no chão.

 

“Senhora!”

 

“Meu Deus, chamem o 119!”

 

“O que estão esperando? Rápido, ajudem!”

 

O policial, confuso, gritou apressadamente. Alguém ligou para o 119 enquanto várias pessoas a erguiam e a colocavam em um banco próximo. Molharam um lenço e o pressionaram contra sua testa, massageando seus braços e pernas para estimular a circulação sanguínea.

 

Dez minutos depois, a ambulância chegou. A mãe de Kwon Taek Joo foi levada inconsciente para o veículo. Um policial decidiu acompanhá-la até o hospital, na ausência de um responsável presente. Com as luzes de emergência piscando, a ambulância partiu às pressas da delegacia.

 

Até que o som estridente da sirene desaparecesse, havia uma pessoa ainda parada ali. Kwon Taek Joo. Por preocupação com sua mãe, vagou em frente à casa no exato momento em que ela saiu. Como um aviso de procurado havia sido emitido, ele sabia que pessoas próximas a ele seriam vigiadas, então seu plano era apenas observá-la à distância e ir embora.

 

Sua mãe era alguém que não conseguia dormir em paz por causa da preocupação com o filho, então ele não esperava que sua vida estivesse tranquila. Nunca imaginou que a veria sendo carregada em uma maca. Kwon Taek Joo sentiu uma revolta silenciosa ao ter que apenas assistir, impotente, apesar de não ter cometido crime algum.

 

Ele puxou ainda mais a aba do chapéu para baixo. Seus punhos estavam brancos pelo aperto enquanto acelerava os passos. Mais um motivo para descobrir logo a verdade.

 

—

 

Kwon Taek Joo foi imediatamente para uma sala de computadores. Escolheu um canto distante e acessou o jogo de tiro favorito de Yoon Jong Woo. Ao fazer login com o ID dele, uma mensagem apareceu. Foi enviada por Yoon Jong Woo através de outro ID. Kwon Taek Joo leu o conteúdo e o apagou imediatamente. Menos de cinco minutos depois de entrar, já havia saído do local.

 

Seu próximo destino foi a estação de metrô. Caminhou entre os passageiros que se aglomeravam, depois se afastou do grupo. Passou por um corredor baixo da estação e seguiu por um túnel estreito com poucos transeuntes.

 

Moradores de rua estavam sentados juntos, conversando sem se importar com estranhos que passavam. Kwon Taek Joo seguiu cautelosamente até parar diante de um homem deitado sobre um pedaço de jornal.

 

Sobre a cadeira do homem havia uma caixa desgastada de energético Bacchus. Dentro, apenas algumas moedas. Assim que notou um maço de dinheiro ser retirado por Kwon Taek Joo, o homem se sentou, pegou o dinheiro antes que fosse colocado na caixa e começou a contá-lo abertamente.

 

Logo depois, entregou a ele uma bolsa preta que segurava em mãos. Kwon Taek Joo pegou-a sem dizer nada e o homem voltou a se deitar, como se o negócio estivesse encerrado.

 

Ao abrir a bolsa, Kwon Taek Joo conferiu cada item. Lá dentro havia um celular, um suco de ginseng e um pedaço de jornal com pequenos anotações.

 

Ele abriu a garrafa de ginseng vermelho enquanto caminhava e tomou tudo de uma só vez. Preso discretamente ao interior da tampa havia um cartão de memória. Retirou-o e o inseriu no celular, verificando os dados armazenados.

 

Toda a informação necessária estava organizada diante dele. Kwon Taek Joo guardou o telefone no bolso e saiu apressado do túnel.