Codename Anastasia - Novel - Capítulo 64: Checkmate - Parte 4

A sede da NIS estava em estado de emergência. A perseguição que ocorreu no centro da cidade, depois que Taek Joo invadiu o hospital, não escapou do bombardeio da mídia. Muitas vozes criticaram a incompetência das autoridades públicas quando se soube que o foragido havia escapado, mesmo com o trânsito paralisado e danos civis registrados.

Além disso, quando Lee Cheol Jin foi preso como suspeito no caso e misteriosamente envenenado enquanto aguardava julgamento, a situação ficou ainda mais tumultuada por dentro e por fora. Por isso precisavam capturar Taek Joo. Alguém precisava assumir a responsabilidade.

Com a gravidade da situação, o Diretor Lim, que estava no hospital, também correu de volta à sede. Não saía do trabalho desde a noite anterior e recebia atualizações a cada hora. Ninguém sabia o paradeiro de Taek Joo.

Tudo havia ocorrido conforme o planejado, embora com mais barulho do que o esperado. Agora, desde que tivessem uma “oferta ritual” adequada, tudo seria resolvido com suavidade. O único obstáculo: o tempo de vida do Diretor Lim estava se esgotando.

Uma batida soou na porta e um funcionário entrou no escritório. Ele fora encarregado de monitorar o uso do celular de Yoon Jong Woo. O Vice-Diretor 1, que o acompanhava, não conseguiu esconder a tensão ao perguntar:

— Há algum problema?

— Há pouco, uma ligação foi registrada no celular de Yoon Jong Woo.

— Já verificaram o remetente?

— Sim. O número está registrado em nome de um cidadão russo: Yevgeny Vissarionovich Bogdanov.

— E a localização da chamada?

— Confirmada nas proximidades de Pyeongtaek, na província de Gyeonggi.

— Entendido.

O Vice-Diretor cerrou o punho. O Diretor Lim apenas assentiu. Agora era o momento de concluir o que havia sido planejado desde o início.

O funcionário, ainda aguardando ordens, permaneceu sentado, atento.

— Envie imediatamente um pedido de cooperação à delegacia local. Nossos agentes de elite devem participar.

— E quanto à liderança da operação?

— Eu mesmo vou comandar.

O funcionário, ao ouvir isso, ficou visivelmente surpreso. Gerentes ou executivos geralmente acompanham tudo da sala de controle e apenas repassam instruções — raramente atuam diretamente no campo.

Claro, não seria algo tão absurdo, já que o Diretor Lim fora, ele próprio, um agente especial. Ainda assim, o subordinado quis ter certeza de que havia entendido direito.

— O senhor… vai junto?

— Eu mesmo tenho que ir. De um jeito ou de outro, ele é meu subordinado — não sou eu quem deve capturá-lo?

— Então eu vou junto.

O Vice-Diretor 1, que estava ouvindo atentamente, falou de repente. O funcionário ao lado ficou surpreso — aquela era, de fato, uma situação bastante incomum.

— Vou providenciar tudo como foi instruído.

— Mais uma coisa. Yoon Jong Woo, da equipe de apoio. Já está no trabalho?

— Ainda não.

— Ele está em casa?

— Sim. Foi visto saindo cedo esta manhã.

O Diretor Lim levou a mão ao queixo, pensativo.

Logo após o contato com Taek Joo, Yoon Jong Woo desapareceu — com certeza havia recebido instruções. Lim conhecia bem Taek Joo; afinal, os dois trabalharam juntos por um bom tempo. Mesmo sendo capturado, Taek Joo não era o tipo que se rendia facilmente.

Com certeza tinha preparado um contra-ataque para derrubar quem o enganou. A visita a Lee Cheol Jin antes de desaparecer também incomodava Lim profundamente.

— Então descubram onde está Yoon Jong Woo e segurem ele até que eu termine o que preciso.

— Entendido.

O funcionário recebeu as ordens com educação e saiu. Os dois homens que permaneceram na sala não disseram nada. Só depois que os passos se afastaram por completo, o Diretor Lim voltou a falar:

— Precisamos encerrar isso agora.

— Se isso for terminar de forma segura, depende só de você. Certifique-se de fazer sua parte.

— — —

— Tem certeza de que enviou ontem?

Yoon Jong Woo segurava a porta da frente aberta enquanto buscava confirmação. Por culpa dele, seu plano de dormir até mais tarde fora arruinado. Apesar de ter deixado um número de contato de emergência no estúdio fotográfico, ele não entendia como tinham descoberto seu endereço residencial. Suspirou e escancarou a porta.

— Ah, sim! Disseram que a maioria das fotos seria enviada na noite anterior ao feriado. Não entregaram?

— Pode me informar qual serviço de entrega expressa usou? Costuma chegar no dia seguinte?

— Usei a entrega Chunlima. E, convenhamos, você não devia me perguntar sobre a entrega — devia falar com a transportadora!

O dono do estúdio disse “Vamos indo”, empurrou Yoon Jong Woo, e a porta bateu com força diante dele — sem sequer lhe entregar o número de rastreio.

Ele quase tocou a campainha outra vez, mas sabia que o homem chamaria a polícia. Frustrado, Jong Woo ficou hesitando na entrada, indo de um lado para o outro.

Desceu para o beco e puxou o celular do bolso.

Nenhum novo contato de Taek Joo.

Ele soubera das notícias na noite anterior. A comoção foi tão grande que mal conseguiu dormir — e então Taek Joo ligou de volta. Segundo suas instruções, Yoon Jong Woo não deveria ir ao trabalho hoje.

Um suspiro escapou.

Tão longe… e sem mais como recuar.

Tudo o que podia fazer agora era cumprir seu papel e torcer para que tudo terminasse bem.

Jong Woo buscou na internet o serviço de entregas Chunlima.

Sem o número da nota fiscal, não conseguiu rastrear o pacote.

Restou-lhe ligar para o número geral da central.

Depois de um tempo, foi atendido:

— Aqui é da entrega Chunlima? Obrigado pelo trabalho de vocês. Gostaria de tirar uma dúvida. Este é o número 1724 de Seocho-dong. O pacote que eu deveria receber ontem ainda não chegou.

Yoon Jong Woo forneceu o endereço da Procuradoria Central do Distrito de Seul, e uma resposta previsível soou do outro lado da linha:

— Sério? Você tem o número da nota de envio?

— Ah, então… Acontece que hoje a transportadora está em recesso. Se eles não atendem, será que não dá pra consultar meus dados?

— Por favor, informe mais detalhes.

Dessa vez, Yoon Jong Woo releu as informações do remetente e do destinatário, que Taek Joo havia lhe passado.

— Muito obrigado, respondeu ele educadamente.

— Senhor, após a verificação, podemos confirmar que o entregador já chegou à região. Vamos fornecer o contato do motorista responsável. Poderia tentar falar diretamente com ele?

Jong Woo anotou rapidamente o número.

Taek Joo havia dito que a foto seria uma prova decisiva.

Se fosse verdade, ela deveria ser entregue em segurança ao promotor Seok.

Porém, por conta da natureza do serviço de entrega expressa, Jong Woo estava nervoso — não podia saber com precisão quando o pacote chegaria nem garantir que seria entregue corretamente.

Ligou para o motorista. O sinal chamava.

Ele andava de um lado para o outro na calçada, esperando ansiosamente que alguém atendesse.

Mas só ouviu uma mensagem automática: “O número chamado não pôde atender neste momento.”

— Ah, droga… Por que não atende essa porcaria?

Talvez estivesse ocupado com outra entrega, pensou. Mas sua mente logo começou a imaginar cenários piores — e se o pacote tivesse sido perdido? E se fosse interceptado?

Enquanto verificava o celular, preocupado, uma silhueta surgiu atrás dele.

— Yoon Jong Woo.

Ele se virou, alarmado.

Dois homens de terno preto estavam parados ali.

Não foi preciso perguntar — ele sentiu imediatamente quem eram.

Agentes enviados por Lim, da sede.

O celular escorregou de suas mãos e caiu no chão.

Na tela, a mesma mensagem soava repetidamente:

“O número chamado não pôde atender…”